Resposta à Ismália:

Para que a poesia Simbolista fique marcada e não seja esquecida, elegemos o poema Ismália, de Alphonsus de Guimarães, para estudo.

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...



Apreciamos sua beleza e a sensibilidade do poeta ao criar esse belíssimo poema. Aproveitamos para elaborar um texto em resposta à Ismália. Os dois textos foram selecionados entre os alunos do CN3001, sob orientação da Prof. Ludmar Longo.

O mar e o luar (Amanda Matias Pires)

Sei como se sente, Ismália,
na torre triste a sonhar
Sua liberdade, então,
você quis procurar

Mas, digo a ti, Ismália,
que o mundo não deves deixar.
Por mais que triste seja
sua esperança não pode acabar.

Um dia, você verá, Ismália,
que foi na torre que você viu
A lua linda, no céu e no mar.

A vida, então, Ismália,
você não pode deixar pra lá
pois vai ser nela que você verá
O mar lindo e o luar.



Ismália (Ana Caroline Guimarães)

Ismália, minha querida,
não vá se precipitar
não pode ter a luz do céu
e nem a luz do mar
a vida é realmente difícil
mas temos que parar para pensar
será que vale a pena,
a sua vida assim acabar?
a vida tem muito mais coisas
mais do que possa imaginar
temos a sinceridade de um sorriso
temos o dom de amar
Ismália, por isso te imploro
venha comigo conversar
você faz falta, amiga,
se você for, quem ficará no seu lugar?
Ismália, estarei aqui
sempre que precisar
estou sendo sincera, Ismália,
pode comigo contar.